CÉU AZUL

Impressões de viagens, alquimia de verbos, tempo quando sobra e dá vontade. Casamento de sonho com vigília. Corpo de ser vagando pela dimensão das palavras.

Monday, April 30, 2007

Benedito

E o amanhã começará com iguanas esperando suculentas mangas serem jogadas por turistas ingleses, tão espantados quanto nós. Mas os bichos são bobos não, eles fogem. Ficam lá se esquentando ao sol, olhando de lado, meio implorando omelete.

Deveria ter dito que o sol estendeu seus braços para me acordar, às 5, avermelhado ? Manhã de Itapuã, quero voltar pros 1800 fios da cama.

Depois da fartura breakfesta, teremos Jurandir pra nos levar onde quisermos, enfim turistas !

Para o outro lado ! Bonfim, que Jurandir explica vir de "boa chegada". Bonfim fechado, só assediadores de turistas, com fitinhas, colares de favas, papos moles que aos poucos viram papos brabos. Previsível. Aborrecedor.

Descemos pro Mercado Modelo, subsolo. Onde nem os mais bahianos vão, porque ali é ambiente forte. Muitos escravos mortos naquelas masmorras alagadas. Mercado acima, só loja de engana turista, que pra carioca dá nos nervos. Nem uma lanchonete típica ? não entendo... Trilhões de tees dOlodum, muita escultura de negra em madeira, telas de todos os tamanhos, todas iguais, pintadas a metro, ou a kilômetro. Favelas, negras, negras, favelas, favelas, negras.... e mais fitinhas, guias nos disputando feito gado.

Indo pro Pelourinho,
paradinha na igreja do Pagador de Promessas.

Saltamos no Largo, Jurandir nos encontrará em cima. Vamos ao Rosário dos Pretos. A máquina treme as fotografias. Adoro o São Benedito, o teto barroco, o "astral" p-o-d-e-r-o-s-í-s-s-i-m-o. Vibrações bastante intensas. Lá nos fundos da igreja, o pequeno santuário da Escrava Anastácia.

Uma guia nos persegue, oferecendo cordões de favas, persegue mesmo que não queiramos nada. Ela persegue, gruda. Pior pra ela. Somos cariocas.

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