Flâneur
A cidade se espraia,
formigueira e barroca,
escondida em mil cantinhos, mil
e duas pedrinhas, recurvadas,
justapostas, recostadas, encravadas,
pisoteadas
por esses pés
que andam, logo
pensam.
Pensam e passeiam
sensuais
observando tudo,
mas pra quê
câmera na mão ?
As idéias se acumulam, nuvens nimbos, na cabeça
que essa cidade observa
passeando...
etérea, chuvosa,
por vezes muito seca
e pegando fogo,
alimentada com álcool e jornais
sangrentos,
cidade espremida,
preta,
cinza,
rosinha,
amarelinha,
vermelha-cara-pálida,
cidade Baixa,
cidade Santa,
maravilhosamente decadente,
pé-suja
de tanto andar
procurando
melhor forma.
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