CÉU AZUL

Impressões de viagens, alquimia de verbos, tempo quando sobra e dá vontade. Casamento de sonho com vigília. Corpo de ser vagando pela dimensão das palavras.

Thursday, February 22, 2007

Black Rio

Balança, mas não cai.

Tudo a ver com a "ginga" ? menos isso que a lombra do excesso de cerveja.
Descer na Central e ir acompanhando a dispersão.
Chapéus, cabeças, ombros barrocos, com ou sem pena. Churrasquinhos, fumaças, vapores, aviões, helicópteros, dirigíveis, fogos !
É sempre recomendável tomar cuidado com o excesso de álcool.
Ao parar num isopor, um carioca DAQUELES disse-me num sorriso DAQUELES que eu deveria ser "muito safado".
Respondi : "Pode ter certeza". Apitei o mais alto, e o relógio art-deco da estação perpendiculou sobre minha cabeça. Eu estava pronto.

Atravessei a Presidente Vargas.
Mais à frente encontrei uma fantasia recém dispensada, provavelmente da Estácio. Assim, ganhei minha cabeça inca, que de tão instável, apelidei de "balança".
Vacuum form branco, forma piramidal, com raios circulares em dourado, pesada, instável mesmo. Balançava, mas não ia deixar cair não.

E ainda incensos, pra se proteger também.

Por causa de "World hold on", parei numa barraca, descansando a balança inca. Logo emendou o funk, e fiquei com a morena, que me abordava desafiante. Juntou gente, e instigaram : "Chão, chão, chão, chão..." e eu claro que encarei, e ninguém acreditou ! A morena me achava lindo, e eu lhe tocava da real...
Ah, mas aquilo ficou previsível, e eu queria a minha kizomba, então fui pra barraca ao lado, Angola Pura, onde puxei papo com Madalena. O dono da barraca passou um vídeo do Papa Wemba pra mim. Quando falei dos sapeurs foi uma comoção. O dono da barraca simplesmente chamou os mais altos poderes daquele grupo ali pra vir falar comigo. Tomei minha garrafa, mas como não tinha kizomba e o que tinha era só barulho, parti.

Voltei super suado com Marcus V no metrô, ambos cantando "Aquarius".

Na segunda voltei, mas deveria ter parado naquele afoxé, que estava animadíssimo.
Sentei com R mais ao longe num local sem graça nenhuma, e fiquei entediado. Vesti o Jupiteriano, e ao voltar pelo metrô, reencontrei Marcus V - que, por eu estar coberto, obviamente não me reconheceu - e isso me divertiu muito, pois fiz questão de lhe acompanhar, e só no último instante lhe revelei minha identidade.

É ali, junto ao Balança, em Noite de Carnaval, que minha cidade mais vive a sua essência.

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