CÉU AZUL

Impressões de viagens, alquimia de verbos, tempo quando sobra e dá vontade. Casamento de sonho com vigília. Corpo de ser vagando pela dimensão das palavras.

Monday, November 12, 2007

loucura

passo a vida preparando estratégias de descanso e prazer desmedidos, como boa fórmula de conhecimento. As estórias vão se acumulando, cada uma com sua desimportância relativa, a não ser as mais graves, as estórias-cicatrizes. O tempo se acumula no corpo.

Se por um lado, o somatório produz esclarecimentos, por outro, esse mesmo somatório também traz overload de processamento. É sempre uma guerra química. Aprender a respirar, aprender a engolir sapo, aprender a parar e recomeçar, aprender a não fugir, aprender a querer outra coisa menos querida, e assim por diante.

Loucura é ter encontrado.

Menos um mundo fabulosamente místico ou holístico ou mesmo artístico - mais o peso e a pressão (atmosférica ?) sobre os pensamentos e as atitudes a serem escolhidas. Não há sangue que resista. Não há sangue que resista à literatura. Não há literatura sem cinema atualmente.

O corpo irá sempre implorar amor, talvez por ordem constitutiva do organismo mesmo. Coisa interna, bagunça de proteína. Vontade de reconhecimento, que logo se transforma. Em autoritarismo interpessoal.

Tenho medo não das simultaneidades, ou da solidão entre 4 paredes com janelas. Nem medo das cortinas que decidem se o sol vai brilhar ou não. Tenho medo de não conseguir nunca mais falar. Medo de que não haja receptor.

Lentamente, através dos anos e das épocas mais ou menos modernas, o corpo vai aprendendo a tremer irreversivelmente.
O Ser contra a Urgência.
O Trabalho, a Posição, o Consumo, a necessidade de construir, as narrativas heróicas, o vício da poesia, a loucura como derrapagem fatal.

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