Copa Freaks

tantos,
todos.
Beto sem Braço na praça
do Frescobol pede grana.
O doido disléxico passa grana
pro gato avião velho
moreno de bermuda e havaiana.
Que sobe.

Dona Vizinha loira, 2 poodles implicantes,
contra um pit labrador,
Dona de saquinho coletor,
prazer Divine.

Skateboy perna quase toda
preta tatuada,
olhos verdes que me olha e eu olho
pro nordeste segurando a pomba.
As pombas,
pousando em portuguesas,
pretas e brancas,
queimadas de sol.

Copa Cola.

metrô 2046, Nova Xavier.
Cantagalo enterrado
na pedra,
subindo e descendo e andando
mais rápido nas rolantes.
Muito bege. Amarelos pálidos.

3 turistas numa esquina
entre ouros e churrascos
e camisas de canários, turistas
vermelhos.

Senha para o cabeleireiro. E fila.

Edifício Filadélfia,
marquises, tapumes:
mega mass.

Ardecô,
desfigurada. Modern
Sounds. Buzinas, berrantes
sungas voltando da praia.

Mundo michê.

Mundo Globo,
esquisito.

Droga de mundo.

Mundo infernal.

inclusive eu.

Sem Colírio

Mascarado

evito ser reconhecido (e descoberto)
no mais amplo
voyeurismo.

Eu te olho,
você não me vê.
Eu te olho inteiro, você
perde meus olhos.

De óculos
escuros, recuso as cores,
disfarço
minha própria recusa
em me comunicar.

Assim eu posso te consumir mundo,
que não me saberás.

Churr - Asco

Detesto churrasco.

Não há nada mais deprimente do que ver aqueles espetos tostando, enquanto a fumaça sufocante toma conta do ambiente.

Não sei se é um ritual arquetípico,
mas acho muito primitivo.

Churrasco é a anti-gastronomia.

Carne vem de animal morto,
carvão de floresta queimada,
que polui e aquece o planeta.

É tudo errado no churrasco.